Julgamento no STF

2x0: Moraes e Dino votam para condenar Carla Zambelli

A deputada se diz vítima de perseguição e alega que não há provas contra ela. "O que está em julgamento não são ações concretas, mas minha postura firme, minha voz ativa", escreveu

Carla Zambelli disse em nota que confia na Justiça divina e ressaltou que sua fé permanece firme, mesmo diante do que considera uma falha da justiça dos homens -  (crédito: Michel Jesus/Câmara dos Deputados)
Carla Zambelli disse em nota que confia na Justiça divina e ressaltou que sua fé permanece firme, mesmo diante do que considera uma falha da justiça dos homens - (crédito: Michel Jesus/Câmara dos Deputados)

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), acompanhou o voto de Alexandre de Moraes pela condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão e perda do mandato por ser responsável por um ataque aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em janeiro de 2023. Em nota, a parlamentar classificou a decisão como injusta, afirmou que não há provas contra ela e denunciou o que chama de “perseguição política”.

O julgamento teve início às 11h desta sexta-feira (9/5) no plenário virtual da Primeira Turma do STF. Os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux podem apresentar seus votos até o próximo dia 16.

No texto divulgado à imprensa hoje, Zambelli reforçou seu inconformismo com o voto do relator e declarou que a decisão ignora os fatos do processo. Ela declaroun que sua atuação parlamentar, marcada por posicionamentos conservadores e críticas ao Judiciário, seria o verdadeiro motivo do julgamento. “O que está em julgamento não são ações concretas, mas minha postura firme, minha voz ativa”, escreveu.

A deputada, que foi eleita com quase um milhão de votos, rejeitou as acusações e disse que jamais cometeu qualquer crime. Segundo ela, o único elo que a conecta à suposta invasão aos sistemas do CNJ é a palavra do hacker Walter Delgatti, que confessou o crime e afirmou ter agido a mando dela. A defesa de Zambelli sustenta que essa acusação carece de provas materiais.

Apesar das acusações, Zambelli afirmou que confia na Justiça divina e ressaltou que sua fé permanece firme, mesmo diante do que considera uma falha da justiça dos homens. “Confio plenamente na Justiça de Deus — soberana, reta e incorruptível. Ele conhece meu coração e sabe da verdade que sustento”, enfatizou.

Outro ponto abordado foi o valor das multas determinadas em ações contra ela no STF, que somam mais de R$ 4,5 milhões. A deputada alegou que não teria como arcar com a quantia, já que sua única fonte de renda é o salário parlamentar. “Um político honesto, que vive do próprio salário, jamais teria recursos para pagar uma multa despropositada”, afirmou.

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Zambelli esta sendo julgada em conjunto com o hacker Walter Delgatti, também denunciado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Eles respondem aos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. O relator Moraes votou pela condenação de Delgatti a oito anos e três meses de prisão. 

 

postado em 09/05/2025 17:24 / atualizado em 09/05/2025 17:24
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