
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), acompanhou o voto de Alexandre de Moraes pela condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão e perda do mandato por ser responsável por um ataque aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em janeiro de 2023. Em nota, a parlamentar classificou a decisão como injusta, afirmou que não há provas contra ela e denunciou o que chama de “perseguição política”.
O julgamento teve início às 11h desta sexta-feira (9/5) no plenário virtual da Primeira Turma do STF. Os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux podem apresentar seus votos até o próximo dia 16.
No texto divulgado à imprensa hoje, Zambelli reforçou seu inconformismo com o voto do relator e declarou que a decisão ignora os fatos do processo. Ela declaroun que sua atuação parlamentar, marcada por posicionamentos conservadores e críticas ao Judiciário, seria o verdadeiro motivo do julgamento. “O que está em julgamento não são ações concretas, mas minha postura firme, minha voz ativa”, escreveu.
A deputada, que foi eleita com quase um milhão de votos, rejeitou as acusações e disse que jamais cometeu qualquer crime. Segundo ela, o único elo que a conecta à suposta invasão aos sistemas do CNJ é a palavra do hacker Walter Delgatti, que confessou o crime e afirmou ter agido a mando dela. A defesa de Zambelli sustenta que essa acusação carece de provas materiais.
Apesar das acusações, Zambelli afirmou que confia na Justiça divina e ressaltou que sua fé permanece firme, mesmo diante do que considera uma falha da justiça dos homens. “Confio plenamente na Justiça de Deus — soberana, reta e incorruptível. Ele conhece meu coração e sabe da verdade que sustento”, enfatizou.
Outro ponto abordado foi o valor das multas determinadas em ações contra ela no STF, que somam mais de R$ 4,5 milhões. A deputada alegou que não teria como arcar com a quantia, já que sua única fonte de renda é o salário parlamentar. “Um político honesto, que vive do próprio salário, jamais teria recursos para pagar uma multa despropositada”, afirmou.
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Zambelli esta sendo julgada em conjunto com o hacker Walter Delgatti, também denunciado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Eles respondem aos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. O relator Moraes votou pela condenação de Delgatti a oito anos e três meses de prisão.