
A pouco mais de um ano para as eleições presidenciais, o governo federal vem ao longo dos últimos meses acumulando escândalos cada vez mais difíceis de serem contornados. Entre eles, destacam-se a polêmica do Pix, inflação, queda na aprovação popular do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, agora, a maior fraude da história recente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que desviou mais de R$ 6,3 bilhões em descontos ilegais sobre aposentadorias e pensionistas. Sobre o caso, o petista afirmou, ontem, "não ter pressa" na condução das investigações. A declaração do líder brasileiro ocorreu durante coletiva de imprensa, em Moscou, na Rússia.
"O que eu quero é que a gente consiga apurar para apresentar ao povo brasileiro a verdade e somente a verdade, porque eu não estou atrás do show de pirotecnia, eu quero apurar a verdade, quem foi que assaltou o bolso dos aposentados e pensionistas", justificou o presidente.
O escândalo no INSS, que começou a ser desvendado pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), já provocou desgaste na imagem do governo, reações no Congresso e mobilização estratégica da oposição nas redes sociais. Desde que vieram à tona os primeiros detalhes do esquema, o governo Lula foi alvo de críticas justamente pela lentidão na resposta institucional, especialmente após manter por semanas no cargo o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e resistir a mudanças na cúpula do Ministério da Previdência, chefiado por Carlos Lupi (PDT). A viagem do presidente à Rússia, em meio ao agravamento da crise, foi lida por aliados e adversários como um gesto de afastamento simbólico num momento em que o Planalto era cobrado por ações concretas.
Em Moscou, Lula informou ter recebido a informação do desmantelamento dos grupos que fraudavam o INSS pela CGU e pela Polícia Federal. Ele elogiou o trabalho de investigação, destacando que foi feito "com muita inteligência", e culpou a gestão Bolsonaro pelos escândalos, dizendo que seu governo vai "a fundo para saber quem é quem nesse jogo".
O presidente mencionou ainda que, no meio das entidades envolvidas, há algumas sérias, mas também outras que "foram criadas para cometer crime". O petista afirmou, porém, querer evitar comentar profundamente sobre o assunto, pois o caso está sob a responsabilidade da PF, da Advocacia-Geral da União (AGU), da CGU e da Justiça.
De um lado, o Palácio do Planalto reforça que a maior parte das entidades envolvidas foi conveniada ainda na gestão Bolsonaro e que a atual istração determinou a devolução automática dos valores descontados indevidamente. De outro, especialistas em comunicação política e parlamentares de oposição apontam que o governo perdeu o "timing da narrativa", subestimou o potencial destrutivo do caso e, com isso, abriu espaço para que o episódio seja explorado como combustível eleitoral pela direita e pelo Centrão em 2026.
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Para especialistas em reputação e crise institucional, o governo Lula perdeu o controle narrativo nos momentos mais críticos do escândalo do INSS. A demora em comunicar medidas concretas de reparação, aliada à ausência de um discurso centralizado e ativo, contribuiu para ampliar o desgaste público e abrir espaço para a oposição ocupar a pauta, o que, segundo eles, pode prejudicar a campanha eleitoral da base governista.
Comunicação
O professor João Ricardo Matta, especialista em marketing e comunicação política da Fundação Getulio Vargas (FGV), acredita que o escândalo das fraudes no INSS pode consolidar-se como o grande eixo de desgaste político do governo Lula na corrida eleitoral de 2026. Para ele, a crise se insere em um cenário de fragilidade narrativa da base governista, somada à profissionalização da comunicação digital da oposição, que soube rapidamente capitalizar o episódio. "Não tenho nenhuma dúvida de que o tema da eleição do ano que vem será a segurança pública. Mas até agora faltava uma âncora que trouxesse de volta o elemento (operação) Lava-Jato. E me parece que esse escândalo do INSS pode ser essa âncora."
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Segundo Matta, a oposição já iniciou uma estratégia de desgaste simbólico, comparando o caso atual ao mensalão e usando as redes sociais como principal arena de mobilização. "O deputado Nikolas Ferreira postou um vídeo nas redes e, em menos de 24 horas, já tinha 100 milhões de visualizações. Isso mostra a força da direita em ocupar espaço no debate público digital. Eles vão cozinhar esse tema, não vão deixar esfriar", disse o professor, que opina que o governo cometeu erros cruciais ao subestimar o tamanho da crise. "Eu acho que esse vai ser o mensalão do PT do ano que vem. Estão batendo forte e o governo demorou muito para reagir."
O especialista cita ainda a fragilidade na estrutura de comunicação institucional da gestão petista. Ele reforça que o governo Lula está mal posicionado digitalmente, enquanto a direita possui jovens líderes treinados e com alto domínio das plataformas digitais. "O governo é muito inepto, para dizer o mínimo, quando se fala em comunicação. A troca recente na chefia da comunicação criou expectativa de comando mais firme, mas isso não se concretizou. A sensação que dá é a de um grupo de velhinhos tentando entender a rede social. A direita domina as redes sociais. Tem gente muito jovem, preparada. Não falo nem só de Jair Bolsonaro. Tem Carlos Bolsonaro, Nikolas, e outros nomes que sabem cozinhar esse galo até 2026. O PT, por outro lado, é liderado por um homem de 80 anos, com uma cúpula que a dos 65. É um partido velho, com comunicação velha", analisou.
O professor também aponta o desgaste gerado pela demora em afastar o ministro Carlos Lupi e critica a estratégia do presidente de viajar para o exterior no auge da crise. "Lula viajou para a Rússia tentando esfriar o assunto sem ele aqui, mas não funcionou. Ele está de mãos atadas. Não consegue bater no PDT, não quis exonerar o Lupi para não romper com a aliança. Mas, politicamente, pode vir a pagar muito caro", afirmou ele, ressaltando que "a oposição já conseguiu abafar a responsabilidade do governo Bolsonaro". Ainda segundo Matta, "o governo Lula perdeu o momento certo de dizer que essa bomba não era só dele. Houve cinco notificações da AGU ao INSS. Os alertas estavam lá. Não tem como se esquivar agora".
Para a especialista em reputação e crise institucional, Natália Valle, a gestão petista perdeu o controle narrativo nos momentos mais críticos do escândalo do INSS. A demora em comunicar medidas concretas de reparação, aliada à ausência de um discurso centralizado e ativo, contribuiu para ampliar o desgaste público e abrir espaço para a oposição ocupar a pauta. "O governo Lula perdeu o timing e a narrativa nesse escândalo do INSS. A base governista tentou jogar a bomba no colo do governo anterior, mas não pegou tração", avaliou.
A consultora explica que, mesmo que parte das irregularidades tenha origem anterior, os fatos mais recentes, como o aumento de descontos indevidos e denúncias envolvendo empréstimos consignados, exigiam uma reação mais contundente. "O início das negociatas pode até ter sido lá atrás, mas já existem provas de que houve um aumento significativo nos desvios nos descontos de contribuições associativas, e inclusive, agora vem surgindo as novas denúncias sobre as fraudes nos empréstimos consignados para aposentados. O povo quer resposta, não quer mais só desculpa", enfatizou.
Natália frisa ainda que a lentidão da comunicação oficial foi um dos maiores erros na condução da crise. Segundo ela, a ausência de uma resposta firme e tempestiva abre espaço para interpretações mais danosas à imagem da gestão federal. "A comunicação do governo nesse quesito foi iva, foi lenta. Não tem como ter controle de narrativa dessa forma. Na comunicação de crise, a gente precisa agir rápido, dar respostas efetivas e transparentes. O governo demorou muito para dizer como o dinheiro ia voltar para o bolso dos aposentados, por exemplo. Faltou dar mais satisfações para quem de fato foi vítima. Só agora isso começou a ser feito. Só agora que o governo começa anunciar como o aposentado faz para descobrir se foi lesado."
Crise x eleições
Na opinião do cientista político Ernani Carvalho, professor titular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a crise envolvendo os descontos indevidos no INSS ultraa os limites de uma denúncia istrativa e entra no coração simbólico e político do eleitorado do presidente Lula. O escândalo, segundo ele, atingiu um segmento que historicamente dá sustentação ao Partido dos Trabalhadores (PT), especialmente no Nordeste e entre a população idosa de baixa renda. "Essa crise junto ao INSS pega de cheio um eleitorado que está bem vinculado ao Partido dos Trabalhadores. Pesquisas como a da Quaest, da Atlas e da Pesp mostram que o segmento de pessoas acima de 60 anos tende a se alinhar com o atual governo. Mas, com essas crises, uma parte significativa desse grupo está virando as costas", avaliou.
Carvalho destaca também que o escândalo se insere em um quadro mais amplo de dificuldades acumuladas pela atual gestão, como os episódios envolvendo o Pix, a inflação e a instabilidade ministerial, que já vinham gerando ruídos com a base social do presidente. "A polêmica do Pix, por exemplo, causou pânico entre trabalhadores informais — justamente o perfil que mais vota no PT aqui no Nordeste. A inflação também atinge fortemente os mais pobres. E agora vem esse escândalo, envolvendo aposentados e pensionistas, que são um grupo vulnerável e, ao mesmo tempo, central no discurso social do governo", alertou o especialista.
Para o professor, o que parecia ser um caso técnico acabou ganhando dimensão política e se transformou em mais um capítulo do enfraquecimento da articulação entre Executivo e Congresso. Ele destaca o isolamento do governo nas decisões estratégicas e o aumento da dependência do Judiciário como instrumento de contenção da crise. "O governo vem acumulando problemas de governabilidade e se escora cada vez mais no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar conter o Congresso, o que tende a gerar um novo nível de tensão institucional. O Legislativo está hiper fortalecido, as emendas empoderaram os parlamentares, e isso desconectou as agendas. O Planalto está fragilizado."
Carvalho também chama a atenção para a origem da crise dentro da base aliada, o que aumenta o desgaste. Segundo ele, o impacto não se restringe ao presente, mas tem potencial de deixar uma marca profunda no projeto eleitoral do PT em 2026. "O governo não precisava de uma crise gerada no seio de partidos aliados. O caso do PDT, que está diretamente envolvido, escancara esse ponto. É uma base que deveria defender esse público — idosos, vulneráveis — e, agora, está no centro do escândalo."
Para o cientista político, mesmo que o governo encontre soluções istrativas, o dano está feito. "Essa crise vai se arrastar no campo jurídico, com ações e investigações. E como a eleição já é no ano que vem, dificilmente a cicatriz vai desaparecer até lá", disse ele, ressaltando que a população não vai acompanhar os detalhes técnicos ou saber de onde exatamente veio a fraude. "Vai prevalecer quem conseguir contar a melhor história: governo ou oposição. E até agora, quem está conseguindo fazer isso é a oposição", observou.
Na comparação com outros escândalos, Ernani considera o caso do INSS mais corrosivo politicamente, por atingir diretamente os mais pobres e expor falhas graves de gestão. "Não é só uma gota d'água, é uma tempestade. E o governo, sinceramente, parece perdido. A nomeação do novo ministro, que já era secretário-executivo, mostra que o governo ainda não sabe que direção seguir. Está sem lanterna no meio da crise."
Segunda onda
Para o cientista político Rudá Ricci, presidente do Instituto Cultiva, a crise envolvendo fraudes no INSS pode não ter efeitos diretos no resultado eleitoral de 2026, mas consolida um momento de fragilidade e frustração social que já vinha sendo percebido entre os apoiadores históricos do governo Lula. Ele classifica o episódio como uma "segunda onda" de desgaste, que se soma a crises anteriores como a do Pix, a alta da inflação e o acirramento institucional entre Executivo e Congresso.
"Acho que ainda estamos distantes das eleições do ano que vem para fazermos um prognóstico. E na política é possível atenuar uma situação ruim com tanta distância e com certa facilidade. Já vimos casos semelhantes. Dificilmente, depois dos festejos de fim de ano e carnaval, uma crise continua", avaliou.
No entanto, ele pondera que o impacto neste momento é extremamente negativo e contribui para um ambiente de desmobilização social e de desalento na base progressista. "Para o governo, só tem o lado negativo. Já existe, no campo dos movimentos sociais de luta por direitos civis e sociais, uma grande frustração em relação ao Lula 3. Em parte, isso já está começando a repercutir nas pesquisas. O mais grave é que a avaliação está caindo entre os nordestinos, mulheres e pobres, justamente o eleitorado cativo do lulismo", disse.
Segundo Ricci, o presidente Lula cometeu um erro estratégico ao abdicar da mobilização popular como ferramenta política, ao priorizar o que ele chama de "estabilidade institucional". De acordo com seus contatos no governo, Ricci afirma que o Palácio do Planalto evita confrontos diretos com a extrema direita por avaliar que o bolsonarismo ainda domina as ruas. "O Lula não quer uma comunicação agressiva nem mobilização do PT. Avalia que o bolsonarismo tem mais força de rua do que os setores progressistas. Na primeira reunião com seus ministros, o presidente disse que seu governo seria para restabelecer a estabilidade constitucional e democrática. Isso significa frear qualquer tipo de impacto ou articulação de rua. Ele vem há dois anos desmobilizando tudo o que poderia reagir ao bolsonarismo."
O especialista diz ainda que o presidente Lula sempre teve em seu ado a sua maior marca, mas que isso vem se perdendo. Para ele, a crise no INSS não é definitiva, mas revela os riscos de um governo que negligencia a comunicação e a articulação com sua base histórica. "Quem tem a máquina na mão tem vantagem, desde que não faça muita loucura. É preciso cautela, pois basta ver o exemplo de Bolsonaro, que mesmo com a máquina na mão, perdeu a eleição. E perdeu porque fez muita loucura", finalizou.
Efeitos
O deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) lista ao menos três efeitos negativos imediatos para o governo: o desgaste eleitoral, a perda de apoio parlamentar e o aprofundamento da crise fiscal. "Você tem perda de base, não só eleitoral, mas no Congresso. Ninguém quer mais se associar a um governo que 'rouba até de velhinho'. A saída do PDT da base já mostra isso. A tendência é que mais parlamentares tentem se desvincular. Além disso, o rombo aumenta o desequilíbrio das contas públicas. Já havia um buraco na Previdência. Agora, é um buraco dentro do buraco. Isso impacta inflação, juros e tudo mais. O governo está gerenciando a própria crise que criou."
O deputado acredita que a gravidade da crise transborda o núcleo da oposição e alcança inclusive eleitores que tradicionalmente apoiam o governo. "Acho que tem um transbordo, fura a bolha. Até quem votava neles começa a dizer: 'não dá mais para apoiar quem não garante o mínimo'. Estão fraudando tudo. Isso pega todas as gerações e todos os brasileiros. Não tem sabão que lave esse estrago", declarou o parlamentar.
Do ponto de vista da oposição, o parlamentar vê três aspectos positivos: o crescimento da base social, o reposicionamento de forças políticas e o fortalecimento do debate por uma reforma previdenciária estrutural. "Se não houver uma mudança profunda, o que vai acontecer é empurrar a idade da aposentadoria para frente. Mulheres só poderão se aposentar depois dos 70. Policiais, aos 65. Quem vai definir isso não é o eleitor, é o político. O rombo de hoje significa que o aposentado de amanhã não vai receber", denunciou.
Luiz Philippe acredita que a crise favorece qualquer alternativa eleitoral que não seja o atual governo, e vê a direita ainda desorganizada institucionalmente, enquanto o centro pode se beneficiar de uma eventual pulverização. "A vitória será da direita ou do centro. A direita tem o povo, tem a causa, mas está desorganizada. O centro ganha se a direita não se arrumar. O Bolsonaro está em limbo, não tem um sucessor claro. E isso desorganiza tudo."
Para o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), a fraude bilionária no INSS representa um ataque direto aos brasileiros mais vulneráveis, justamente aqueles que têm mais dificuldade para acompanhar os próprios extratos de pagamento e entender a origem dos descontos em seus benefícios. "Roubaram as pessoas mais vulneráveis, que têm mais dificuldade de visualizar os descontos", afirmou.
O parlamentar defende a instalação imediata de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (I) ou uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (MI) para aprofundar as investigações e responsabilizar todos os envolvidos, independentemente da gestão ou filiação política. "Precisamos aprofundar as investigações com a instalação de I ou da MI e punir todos os envolvidos, não importando de que gestão seja", declarou.
Van Hattem também lembra que o histórico de desvios no INSS não é novo. Ele citou como exemplo o famoso caso Georgina de Freitas, ex-servidora do INSS condenada nos anos 1990 por liderar um esquema de fraudes que desviou mais de R$ 1 bilhão em benefícios previdenciários — episódio que marcou a história do órgão como símbolo de corrupção institucionalizada. "O INSS desde sempre teve casos de desvio", reforçou.
O deputado enfatiza que a gravidade da situação atual está na progressão dos prejuízos e no número crescente de vítimas que se apresentam a cada novo desdobramento da investigação. Ele também critica a escolha do novo ministro da Previdência, Wolney Queiroz, destacando que o indicado era o braço direito de Carlos Lupi, que, segundo Van Hattem, foi omisso e não acionou os órgãos competentes diante das denúncias. "Foi trocado seis por meia dúzia. Isso demonstra o real compromisso do presidente Lula com a situação", analisou.
Embate
O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), por sua vez, defende que as investigações da Polícia Federal sobre a fraude no INSS apontam para irregularidades originadas nos governos anteriores, especialmente nas gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Segundo ele, o Congresso Nacional foi protagonista de duas alterações legislativas que acabaram facilitando o avanço do esquema criminoso, ao flexibilizar regras sobre os descontos associativos em aposentadorias e pensões. "A Medida Provisória 871, de 2019, foi formulada ainda na gestão Bolsonaro. O texto original previa revalidação anual obrigatória para os descontos. Mas durante a tramitação, esse prazo foi ampliado para três anos, e só começou a contar a partir de 31 de dezembro de 2021", alertou.
Chinaglia afirma que, com o respaldo da nova norma, entidades aram a elevar os percentuais de contribuição dos segurados, que saltaram de 0,5% para 2,5% e, posteriormente, chegaram a 4%. Segundo ele, essa elevação e a liberação para não renovar as autorizações anualmente surgiram durante o governo Bolsonaro, e criaram o ambiente ideal para a proliferação das fraudes.
Ele reconhece que houve corrupção e que é necessário punir todos os responsáveis, mas critica a criação de uma I, por entender que as instituições competentes já estão atuando. "Teve corrupção e precisa ser apurado. Todos os envolvidos e responsáveis devem ser punidos. Mas não há entidades mais capacitadas para isso do que a Polícia Federal e a Advocacia-Geral da União. O INSS precisa, sim, ser revirado pelo avesso", afirmou o deputado, reforçando o posicionamento do presidente.
O parlamentar também reage às tentativas da oposição de envolver uma entidade ligada ao irmão do presidente Lula, Frei Chico, nas denúncias. Segundo ele, essa narrativa é falsa e distorcida. "A entidade do irmão do presidente foi quem fez a denúncia. E quem tirou a autonomia da Polícia Federal nos estados foi o (Alexandre) Ramagem. A oposição está espalhando mentiras", comentou, citando o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Sobre o impacto político da crise para o governo Lula nas eleições de 2026, o deputado ite que a oposição tem domínio das redes sociais, mas critica o uso de fake news e desinformação, citando o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) como exemplo. "Eles têm mais dinheiro e habilidades com os algoritmos. Sabem atingir o público que consome esse tipo de conteúdo. Não descarto que muita gente acredite no que eles falam. Mas está comprovado que a fraude ocorreu durante o governo anterior. Nós não temos medo do embate. Ganharemos porque agimos com a verdade", garantiu Chinaglia. (colaborou Francisco Artur de Lima)