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Ainda em outubro, a Procuradoria Federal Especializada (PFE) do INSS emite despacho afirmando não haver óbices jurídicos à decisão proposta pela CGPAG para o desbloqueio em lote.</p> <p class="texto"><strong>1/11/2023</strong> — O INSS autoriza a Dataprev a realizar o desbloqueio em lote de 34.487 benefícios para a inclusão de descontos associativos, com base no parecer da PFE e na nota técnica, e conforme listagem encaminhada pela Contag no ofício nº 0992/2023/SPS-Contag. A Auditoria-Geral do INSS apurou que este desbloqueio em lote contrariava a legislação vigente.</p> <p class="texto"><strong>26/12/2023</strong> — Reportagem denuncia possíveis descontos associativos irregulares em milhares de aposentadorias pelo INSS, resultando em um faturamento significativo para associações, incluindo a Contag. Trazem, ainda, evidências do aumento expressivo de descontos de mensalidades associativas irregulares em benefícios previdenciários.</p> <p class="texto"><strong>Início de 2024</strong> — Inúmeros processos judiciais e reclamações são promovidos individualmente pelos aposentados e pensionistas que contestam os descontos sem autorização. O Congresso solicita ao Tribunal de Conta da União (TCU) que apure as irregularidades (TC 032.069/2023-5), que focou em descontos atrelados a empréstimos consignados.</p> <p class="texto"><strong>Janeiro a março de 2024</strong> — A Controladoria-Geral da União realiza auditoria (Nota de Auditoria nº 1619307/01) e a Contag aparece em primeiro lugar em valores recebidos entre as entidades que mais receberam recursos no primeiro trimestre de 2024.</p> <p class="texto"><strong>15 a 19/04/2024</strong> — A CGU entrevista, por amostragem, 35 beneficiários em Raposa (MA) com descontos associativos (nenhum da Contag), onde 100% dos entrevistados desconhecem a associação, afirmam não ter autorizado o desconto e não foram procurados para oferta de vantagens ou serviços.</p> <p class="texto"><strong>17/4/2024 a 4/7/2024</strong> — A CGU realiza estudo (Relatório de Avaliação 1675291) com 1.273 entrevistas em todo o Brasil. Apenas 52 entrevistados confirmaram filiação e somente 31 autorizaram o desconto, indicando um potencial de descontos indevidos.</p> <p class="texto"><strong>Janeiro de 2023 a maio de 2024</strong> — Período em que a Auditoria-Geral do INSS estima um prejuízo de cerca de R$ 45,5 milhões aos aposentados e pensionistas, com base em 1.054.427 requerimentos de exclusão de descontos não autorizados.</p> <p class="texto"><strong>Data não especificada em 2024</strong> — A Diretoria de Monitoramento e Correição (Dicor) da CGU recebe e-mail avisando sobre a reportagem, o que leva à instauração do IPL nº 2024.00780058.</p> <p class="texto"><strong>Data não especificada em 2024</strong> — A Informação de Polícia Judiciária 3635377/2024 identifica Aristides Veras dos Santos (presidente) e Alberto Ercilio Broch (vice-presidente) como as pessoas relevantes da Contag que am os ACTs no período de aumento exponencial de descontos.</p> <p class="texto"><strong>Data não especificada em 2024</strong> — A Auditoria-Geral do INSS apura que o desbloqueio em lote autorizado em novembro de 2023 contrariou o Decreto nº 3.048/99 e não se baseou em evidências da real intenção dos segurados. Conclui que o Ofício nº 618/2023/SPS-Contag solicitando o desbloqueio em lote (considerado irregular) foi assinado por Aristides Veras dos Santos, Thaísa Daiane Silva (secretária-geral) e Edjane Rodrigues Silva (secretária de Políticas Sociais) da Contag.</p> <p class="texto"><strong>Data não especificada em 2024</strong> — É instaurado o IP 1070160-13.2024.4.01.3400 para apurar possível envolvimento de servidores do INSS nos crimes de corrupção iva, inserção de dados falsos em sistema de informações e violação de sigilo funcional. 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Lupi vai ficando no Ministério da Previdência 4u6f6j mas esvaziado
INVESTIGAÇÃO NO INSS

Lupi vai ficando no Ministério da Previdência, mas esvaziado 29724l

Novo dirigente do Instituto Nacional do Seguro Social, Gilberto Waller Júnior responderá diretamente ao presidente Lula e ao titular da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias 6u76w

Apesar das pressões da oposição e de setores do próprio governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve demitir Carlos Lupi do Ministério da Previdência a menos que fique comprovado o envolvimento direto dele com o escândalo dos descontos ilegais de aposentadorias e pensões. Porém, o ministro deixa de ter qualquer ingerência no INSS, que desde quarta-feira à noite tem novo presidente — Gilberto Waller Júnior, até então corregedor da Procuradoria-Geral Federal, que integra a estrutura da Advocacia-Geral da União (AGU). Ele esteve reunido, ontem, na sede do instituto com cinco pessoas.

O encontro começou pouco antes do meio-dia e terminou por volta das 18h30. O Correio tentou falar com o presidente da autarquia, à saída da reunião, mas não foi atendido.

Ao esvaziar Lupi, Lula faz dois movimentos: o primeiro, trabalha para evitar a debandada do PDT da frágil base governista no Congresso (são 17 deputados e três senadores), uma vez que o ministro é presidente de honra da legenda; o segundo, coloca à frente do INSS uma cúpula que responderá diretamente a ele e à AGU.

A indicação de Waller foi feita pelo ministro-chefe da AGU, Jorge Messias, que desfruta da integral confiança de Lula. O nome foi sugerido ao presidente, que aceitou a indicação horas depois de a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmar, na tarde de quarta-feira, que o novo presidente do INSS seria escolhido pelo presidente.

Em outra frente, os ministros do governo tentam amenizar a situação em relação a Lupi. No ato em celebração ao Dia do Trabalho organizado pelas centrais sindicais, ontem, em São Paulo, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo disse que não há nada que "desabone" Lupi até agora.

"Ele, ou qualquer outro ministro, se cometer algum ato que não seja correto, está sujeito a ser demitido pelo presidente. No presente momento, ele (Lula) está conduzindo esse processo de uma forma muito transparente. Vamos aguardar o decorrer desse processo", esquivou-se.

Já o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, que também participou do ato, foi menos diplomático. Ressaltou que a permanência de Lupi a por ele conseguir dar uma boa resposta à crise.

"O ministro Lupi tem as ferramentas, agora, com a nova gestão do INSS, para poder tomar as decisões, fazer as correções de rota e dar a garantia para a sociedade de que o INSS é uma instituição séria. A continuidade de um ministro, muitas vezes, a por uma avaliação política, e não simplesmente se o ministro tem ou não culpa", frisou.

Por sua vez, o líder do PDT na Câmara, Mário Heringer (MG), criticou o tratamento dado a Lupi. Segundo ele, a demissão do ministro também poderia levar à saída da bancada da base.

"Defendo essa posição (a saída). Na minha bancada, até onde sei, todos defendem essa posição. É claro que não depende exclusivamente de mim, mas essa é a posição que defenderei", afirmou.

E um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), cujo conteúdo foi adiantado pela GloboNews, mostra que uma das 29 associações envolvidas no esquema de fraudes nas aposentadorias e pensões filiou mais de 1,5 mil aposentados e pensionistas por hora. O levantamento mostra, também, inclusões por hora feitas por outras associações que fizeram adesões em massa de pessoas para que o esquema pudesse sangrar os cofres do INSS.

As associações formalizavam Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o instituto para que pudessem fazer os descontos mensais na folha de pagamento de aposentados e pensionistas. Só que essas adesões de beneficiados não eram verificadas conforme os mecanismos do INSS de confirmação — que leva em consideração se as pessoas que am a integrar a lista autorizaram o desconto e se eram verdadeiros os documentos apresentados para confirmar a adesão.

Relatório expõe a Contag 2u715h

Fundada em 22 de dezembro de 1963 para representar os trabalhadores rurais, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura está no núcleo do escândalo dos descontos irregulares de aposentadorias e pensões pagas pelo INSS. Segundo as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), a Contag aparece em primeiro lugar na tabela que lista as 11 entidades que mais receberam recursos oriundos da Previdência no primeiro trimestre de 2024.

Segundo a Nota de Auditoria 1619307/01, entre janeiro de 2019 e março de 2024, a CGU identificou que o total de descontos a título de contribuições associativas em benefícios pagos pelo INSS somou R$ 4.281.352.711,83. Quarenta e oito por cento desse total (R$ 2.060.060.338,03) foram recebidos pela Contag.

A análise da PF dos Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou um fluxo financeiro movimentado pela Contag que indica a saída fracionada de R$ 26.457.531,95, em benefício das seguintes empresas:

Orleans Viagens e Turismo Ltda. ME (CNPJ 21.331.404/0001-38) — beneficiada com R$ 5.212.357,93. Sediada em São Bernardo do Campo (SP), tem como sócios Silas Bezerra de Alencar e Wagner Ferreira Moita. É proprietária de 12 veículos, a maioria de aquisição recente e de alto padrão, segundo a PF;

WJ Locação e Venda de Estruturas para Eventos Eireli (CNPJ 17.712.655/0001-95) — recebeu R$ 843.632,00 e é sediada em Brasília. A Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) declarada pela empresa é "serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas". Tem como sócio-titular Wilton Batista Vieira;

Tuttano Culinária Artesanal Ltda. (CNPJ 41.938.649/0001-35) — embolsou R$ 737.850,72 oriundos da Contag. Sediada em Brasília, iniciou as atividades em 13 de maio de 2021. A CNAE declarada é de "serviços de alimentação para eventos e recepções (bufê)". O sócio-titular é Thiago Rocha Guimarães.

Além dessas firmas, a análise financeira feita pela PF dos rees da Contag também identificou outras pessoas jurídicas (escritórios de advocacia, federações e sindicatos) e pessoas físicas (diretores e empregados).

Acompanhe o dia a dia da fraude 2v671n

Antes de janeiro de 2019 — Descontos de mensalidades associativas em benefícios do INSS são permitidos pela Lei 8.213/1991, art. 115, V, mediante Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS, mediante autorização do beneficiário.

De janeiro de 2019 a março de 2024 — A CGU identificou o desconto total de R$ 4.281.352.711,83 a título de contribuições associativas em benefícios de aposentadorias e pensões do INSS. Desse total, R$ 2.060.060.338,03 (48%) foram recebidos pela Contag.

28/6/2020 — A partir deste dia, a autorização de desconto deve ser feita a pedido exclusivo do titular (conforme § 1º-A do art. 154 do Decreto 3.048/99).

Até 21/9/2021 — Benefícios concedidos até esta data permanecem desbloqueados para averbação de descontos, cabendo ao segurado a iniciativa para o bloqueio.

14/7/2023 — A Contag envia o ofício nº 618/2023/SPS-Contag ao INSS, relatando dificuldades dos beneficiários em desbloquear seus benefícios para permitir descontos associativos e um grande volume de solicitações não processadas por falhas técnicas do INSS.

25/10/2023 — A Coordenação-Geral de Pagamento de Benefícios (CGPAG) do INSS emite a Nota Técnica 18/2023/CGPAG/DIRBEN-INSS, sugerindo a autorização do desbloqueio em lote dos benefícios para descontos associativos, mencionando que a Contag já possuía as autorizações (o que a Auditoria-Geral do INSS posteriormente considerou infundado). Ainda em outubro, a Procuradoria Federal Especializada (PFE) do INSS emite despacho afirmando não haver óbices jurídicos à decisão proposta pela CGPAG para o desbloqueio em lote.

1/11/2023 — O INSS autoriza a Dataprev a realizar o desbloqueio em lote de 34.487 benefícios para a inclusão de descontos associativos, com base no parecer da PFE e na nota técnica, e conforme listagem encaminhada pela Contag no ofício nº 0992/2023/SPS-Contag. A Auditoria-Geral do INSS apurou que este desbloqueio em lote contrariava a legislação vigente.

26/12/2023 — Reportagem denuncia possíveis descontos associativos irregulares em milhares de aposentadorias pelo INSS, resultando em um faturamento significativo para associações, incluindo a Contag. Trazem, ainda, evidências do aumento expressivo de descontos de mensalidades associativas irregulares em benefícios previdenciários.

Início de 2024 — Inúmeros processos judiciais e reclamações são promovidos individualmente pelos aposentados e pensionistas que contestam os descontos sem autorização. O Congresso solicita ao Tribunal de Conta da União (TCU) que apure as irregularidades (TC 032.069/2023-5), que focou em descontos atrelados a empréstimos consignados.

Janeiro a março de 2024 — A Controladoria-Geral da União realiza auditoria (Nota de Auditoria nº 1619307/01) e a Contag aparece em primeiro lugar em valores recebidos entre as entidades que mais receberam recursos no primeiro trimestre de 2024.

15 a 19/04/2024 — A CGU entrevista, por amostragem, 35 beneficiários em Raposa (MA) com descontos associativos (nenhum da Contag), onde 100% dos entrevistados desconhecem a associação, afirmam não ter autorizado o desconto e não foram procurados para oferta de vantagens ou serviços.

17/4/2024 a 4/7/2024 — A CGU realiza estudo (Relatório de Avaliação 1675291) com 1.273 entrevistas em todo o Brasil. Apenas 52 entrevistados confirmaram filiação e somente 31 autorizaram o desconto, indicando um potencial de descontos indevidos.

Janeiro de 2023 a maio de 2024 — Período em que a Auditoria-Geral do INSS estima um prejuízo de cerca de R$ 45,5 milhões aos aposentados e pensionistas, com base em 1.054.427 requerimentos de exclusão de descontos não autorizados.

Data não especificada em 2024 — A Diretoria de Monitoramento e Correição (Dicor) da CGU recebe e-mail avisando sobre a reportagem, o que leva à instauração do IPL nº 2024.00780058.

Data não especificada em 2024 — A Informação de Polícia Judiciária 3635377/2024 identifica Aristides Veras dos Santos (presidente) e Alberto Ercilio Broch (vice-presidente) como as pessoas relevantes da Contag que am os ACTs no período de aumento exponencial de descontos.

Data não especificada em 2024 — A Auditoria-Geral do INSS apura que o desbloqueio em lote autorizado em novembro de 2023 contrariou o Decreto nº 3.048/99 e não se baseou em evidências da real intenção dos segurados. Conclui que o Ofício nº 618/2023/SPS-Contag solicitando o desbloqueio em lote (considerado irregular) foi assinado por Aristides Veras dos Santos, Thaísa Daiane Silva (secretária-geral) e Edjane Rodrigues Silva (secretária de Políticas Sociais) da Contag.

Data não especificada em 2024 — É instaurado o IP 1070160-13.2024.4.01.3400 para apurar possível envolvimento de servidores do INSS nos crimes de corrupção iva, inserção de dados falsos em sistema de informações e violação de sigilo funcional. O Coaf produz Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) sobre movimentações financeiras atípicas da Contag e pessoas ligadas a ela.

Data não especificada em 2024 — O Relatório de Análise da Polícia Judiciária 38900658 analisa as movimentações financeiras da Contag em comparação com indícios de fraude nos descontos.


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