BRICS

Brics: mulheres unem forças para enfrentar crise climática com justiça de gênero

Parlamentares destacam protagonismo feminino no combate às mudanças climáticas e propõem ações concretas no 11º Fórum Parlamentar do BRICS, em Brasília

A segunda sessão de trabalho da Reunião de Mulheres Parlamentares do BRICS, realizada nesta terça-feira (03/6), em Brasília, foi marcada por discursos potentes e emocionados sobre o papel estratégico das mulheres no enfrentamento da crise climática -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A segunda sessão de trabalho da Reunião de Mulheres Parlamentares do BRICS, realizada nesta terça-feira (03/6), em Brasília, foi marcada por discursos potentes e emocionados sobre o papel estratégico das mulheres no enfrentamento da crise climática - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A segunda sessão de trabalho da Reunião de Mulheres Parlamentares do Brics, realizada nesta terça-feira (3/6), em Brasília, foi marcada por discursos potentes e emocionados sobre o papel estratégico das mulheres no enfrentamento da crise climática. Com o tema Fortalecendo as Mulheres para Enfrentar a Crise Climática: Perspectivas do Brics, a mesa reuniu lideranças políticas dos países do bloco e reforçou a urgência de uma agenda climática inclusiva, com ações financiadas e protagonizadas por mulheres, sobretudo as que vivem em territórios mais vulneráveis.

A deputada federal Célia Xakriabá (PSol-MG) abriu fala lembrando os longos séculos de exclusão das mulheres indígenas da política institucional brasileira. “O Congresso Nacional demorou 109 anos para eleger a primeira mulher, 195 para eleger uma mulher indígena e 200 anos para termos uma mulher indígena presidindo uma comissão. Fui a primeira, com orgulho, em 2023, na Comissão da Amazônia, e hoje estou à frente da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres”, destacou. Ela enfatizou que a política indígena é inseparável da terra e do meio ambiente, e que “não existe parlamento sem floresta, sem água, sem planeta”. 

A senadora Leila Barros (PDT-DF) reforçou a necessidade de medidas concretas, apontando a desigualdade no impacto climático sobre as mulheres e a sub-representação delas nos espaços de decisão. “A transição energética justa é uma questão de justiça social, equidade de gênero e dignidade humana”, afirmou. A parlamentar propôs a criação de um fundo climático para mulheres, plataformas de educação climática, um pacto de liderança feminina pelo clima, aceleradoras de negócios verdes e um observatório de gênero e clima no âmbito do Brics.

Ambas as parlamentares enfatizaram a responsabilidade histórica dos países que mais poluem e cobraram o cumprimento da “dívida climática” dos grandes emissores. Célia Xakriabá lembrou ainda que 80% das pessoas deslocadas por eventos climáticos no mundo são mulheres e denunciou os efeitos do garimpo ilegal sobre meninas indígenas, como no caso Yanomami. “É furticídio. Mata hoje e mata também o amanhã”, alertou. Já Leila cobrou que o BRICS se torne uma aliança não só econômica, mas ética, pautada por justiça climática e igualdade de gênero.

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postado em 03/06/2025 19:30
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