11º FÓRUM DO BRICS

Lideranças do Congresso defendem moeda comum do Brics e protagonismo parlamentar

Alcolumbre e Motta ressaltaram a importância do alinhamento entre países do grupo e a participação ativa dos Legislativos nas pautas globais

Para Alcolumbre e Motta, o Brics deve buscar posições comuns em pautas como mudanças climáticas, IA, paz global e economia -  (crédito:  Carlos Moura/Agência Senado)
Para Alcolumbre e Motta, o Brics deve buscar posições comuns em pautas como mudanças climáticas, IA, paz global e economia - (crédito: Carlos Moura/Agência Senado)

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), defenderam nesta quinta-feira (5/6) o fortalecimento da cooperação entre os países que compõem o Brics. Segundo eles, o grupo deve buscar posições comuns em pautas como mudanças climáticas, Inteligência Artificial, paz global e economia, com vistas, inclusive, à possibilidade futura de adoção de uma moeda comum entre os integrantes.

A declaração foi feita durante entrevista coletiva realizada como parte da programação do 11º Fórum Parlamentar do Brics, que se encerra hoje em Brasília. O grupo é formado atualmente por 11 países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Para os presidentes das Casas legislativas, o apoio dos parlamentos é essencial para dar legitimidade e viabilidade aos acordos celebrados entre os governos.

Hugo Motta destacou o papel ativo do Brasil nas reuniões bilaterais com os presidentes dos demais parlamentos. “As conversas bilaterais deixam um legado importante. A cada ano, nossas exportações crescem e isso impacta positivamente a economia. Em meio a esse cenário, discutimos inclusive os efeitos das recentes decisões tarifárias dos Estados Unidos, que exigem uma reconfiguração das relações internacionais", afirmou. O deputado também enfatizou o compromisso do país com o multilateralismo: “Sem imposições e sem ficar à mercê de decisões unilaterais.”

Questionado sobre o projeto da Lei Geral do Licenciamento Ambiental, apelidado por ambientalistas de “projeto da devastação”, Motta afirmou que o tema não foi abordado nas reuniões do Brics, mas garantiu que será tratado com responsabilidade. "A Câmara vai decidir com equilíbrio. O Brasil tem feito sua parte na preservação ambiental. O mundo não pode cobrar do nosso país aquilo que ele não faz. E, se cobrar, deve também financiar soluções, com divisão de riqueza", defendeu.

Moeda única

Um dos temas centrais da coletiva foi a proposta de uma moeda comum para o bloco. Motta itiu que a medida ainda exige grande amadurecimento, mas já há uma busca de alinhamento político e comercial entre os países. “A moeda única tem um longo caminho. A tendência é que esse bloco possa, no futuro, tomar uma decisão responsável, sem retrocessos para nenhuma das nações envolvidas”, apontou o presidente da Câmara.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, por sua vez, destacou o papel do Banco de Desenvolvimento do Brics como instrumento de fortalecimento das relações multilaterais. Ele reiterou que os parlamentos devem estar cada vez mais presentes nos fóruns globais. “É por meio da relação interparlamentar que conseguimos construir agendas comuns e consolidar acordos. Os parlamentos são peças-chave para transformar esses debates em ações concretas dos governos”, concluiu.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

postado em 05/06/2025 17:38
x