
O almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é o primeiro a ser interrogado nesta terça-feira (10/6) no Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito do julgamento da trama golpista.
Após ser questionado pelo juiz instrutor e relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, se foi apresentada uma minuta de golpe em uma reunião com Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas, Garnier disse que não viu minuta. “Eu vi uma apresentação em uma tela, quando o senhor fala minuta eu penso em papel, documento, e eu não lembro de documento”, comentou.
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Ainda sobre a reunião onde supostamente o almirante teria dito que as tropas da Marinha estariam à disposição do ex-presidente em caso de tentativa de golpe de Estado, Garnier negou ter feito a afirmação. “Como eu lhe disse, não houve deliberações [na reunião], o presidente não abriu a palavra para nós, ele apresentou as considerações dele que pareciam mais preocupações e análises de possibilidades”, comentou.
Após Garnier ser interrogado por Moraes, o ministro Luiz Fux e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, também poderão indagar o réu.
Após o depoimento do ex-comandante da Marinha, estão previstos ainda os interrogatórios, na seguinte ordem: Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI), Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Walter Braga Netto (Casa Civil).
O interrogatório desta terça poderá se estender até as 20h.