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Crônica Cidade Nossa 433a60 Nas nuvens, um sonho compartilhado
Cidade Nossa

Crônica Cidade Nossa: Nas nuvens, um sonho compartilhado k3z42

Realizações e frustrações se fundem a sonhos, bons e maus. Montamos, assim, nossa história terrena 1x1s2g

Por Laerte Rimoli - Especial para o Correio

Na pequenez de indivíduo da classe média, sonhei com um piso novo. Trocar as cerâmicas vitrificadas de alguns cômodos por um revestimento mais amigável. Vá lá, mais chique. Andar, tocar o solo, mexer com autonomia nas coisas ao redor. Um dos primeiros instintos do ser humano. Normalmente se manifesta aos 9 meses. Flutuar, pisar em nuvens, ser recebido por um simpático e bondoso homem barbudo, que lhe ofereça as chaves do Paraíso. Usualmente, numa jornada bem vivida, ocorre depois dos 70 anos.

Entre esses dois períodos, a vida transcorre. Realizações e frustrações se fundem a sonhos, bons e maus. Montamos, assim, nossa história terrena. Os pobres sonham com comida na mesa e dias melhores; a classe média quer carros novos e casas idem, os ricos só pensam em iates e aviões. Assim caminha a humanidade.

Abri os olhos, Marcia fixou os dela — amendoados e curiosos — em mim. Tive um sonho engraçado, disse. Na casa do Brooklin, vi o chão todo quebrado, naquele estágio em que preparamos o ambiente para a troca do pavimento. Rimos e tentamos identificar o momento da noite em que nossos sonhos se entrelaçaram.

Às quatro da manhã fui pegar água na cozinha, a seca de setembro nos maltrata. Imantei minha companheira nesse momento? Ela acha que o cruzamento se deu depois das 6h, puro exercício de adivinhação. Apenas porque a lembrança parecia mais vívida. Concordamos, e comemoramos, que casais com sonhos complementares tendem a viver melhor. Vamos consultar Freud e Lacan, ora bolas.

Se sonhos refletem a alma dos indivíduos, a minha é pequena. Só sonho coisas boas, e banais, para "si". E olha que já usei AP, aquele aparelho que nos transforma em filhotinho de elefante e, pretensamente, dá mais qualidade ao devaneio noturno. Jamais embalei Morfeu ao sabor da salvação da humanidade. Cascatas de flores e águas cristalinas (nosso bem maior) jorrando no gentio. Coisas assim.

E já que tivemos dupla epifania essa noite, vou à internet. Consulta às boas casas do ramo. Cimento queimado, piso vinílico, laminado, ladrilho hidráulico. Sonhar, mais um sonho impossível, lutar quando é fácil ceder. Vencer o inimigo invencível. Negar quando a regra é vender. Voar no limite improvável. Tocar o inível chão (que também é piso).

Laerte Rimoli é jornalista

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