ANIVERSÁRIO DE BRASÍLIA

Yoga e meditação: práticas milenares ganham adeptos em Brasília

Cada vez mais brasilienses praticam yoga e meditação em busca de calma e relaxamento, além de interagir com outras pessoas

Segundo os praticantes, yoga aproxima as pessoas, contribuindo para uma rede com afinidades genuínas -  (crédito: Fotos: Luís Nova/CB/D.A Press)
Segundo os praticantes, yoga aproxima as pessoas, contribuindo para uma rede com afinidades genuínas - (crédito: Fotos: Luís Nova/CB/D.A Press)

Para curtir a cidade, os brasilienses têm muitas opções, como correr no Parque da Cidade, praticar esportes radicais ou fazer atividades no Lago Paranoá. Mas, alguns moradores preferem a do yoga e da meditação. Apesar de parecer uma atividade individual, o momento de exercício e relaxamento pode se tornar um local de amizades e de cura.

O yoga é uma prática milenar que surgiu na Índia e promove o equilíbrio entre o corpo e a mente. Localizada na 805 Sul, a Embaixada da Índia oferece aulas gratuitas todas as terças e quintas, às 18h, e aos sábados às 8h30. Jane Carmem de Souza, professora de yoga de 42 anos, é residente em Brasília há 21 anos e teve seu primeiro contato com o yoga em 2005. Atualmente, a professora atua na embaixada e proporciona aulas para alunos de diversas idades.

Ela explica que a palavra yoga vem da raiz verbal yuj, que significa união. "Por meio do seu próprio significado, é possível ver sua importância, tanto na relação com a gente mesmo, bem como na relação com as pessoas, o meio ambiente, nas nossas relações profissionais e com a própria espiritualidade", destaca a professora. Para ela, o yoga permite a compreensão de que cada ser tem sua importância e foi em Brasília que Jane construiu um laço eterno com a prática. A professora destaca que a atividade entrou na sua vida como cura. Inicialmente, Jane estava em um processo de cura de um câncer e, em vários momentos, o yoga ajudou com a ansiedade e depressão.

Caminho

Para José Marcelo de Luna, praticante há 15 anos e professor do mestrado e do doutorado em direitos humanos na Universidade de Brasília (UnB), o caminho foi similar. "Embora eu tenha tido vontade de me envolver com a prática antes, foi só a partir de um problema emocional que me motivei a começar e me manter em atividade constante", comenta.

José Marcelo havia praticado individualmente, mas a atividade em grupo, para ele, é fundamental no exercício do yoga. "Os grupos são essenciais à vida humana. Para mim, que à cidade cheguei há menos de dois anos, relacionar-me de forma integrada à prática do yoga é pertencer a uma comunidade que deseja o melhor para o mundo. Pratiquei noutras cidades e países onde morei, e é sempre pelo yoga que me sinto unido", ressalta. Atualmente, o professor participa do projeto Mover Juntos na Universidade de Brasília.

O Mover Juntos existe há mais de 15 anos e tem como intuito oferecer o yoga para todos. As aulas acontecem no Centro Olímpico da UnB, nas terças e quintas às 18h. Aline Fernandes, de 41, é instrutora de yoga e uma das coordenadoras do projeto. Sua trajetória na prática iniciou da necessidade de contribuir para o desenvolvimento pessoal de outras pessoas. "As relações com as pessoas são trocas que nos fortalecem, extremamente enriquecedoras para ambas as partes. O yoga aproxima as pessoas, principalmente por conta da filosofia de vida que a compõe, contribuindo para uma rede com afinidades genuínas", detalha a instrutora.

Meditação

Além do yoga, a meditação também traz calmaria para grupos de brasilienses. A Sociedade Viana de Meditação é um dos locais que oferece encontros gratuitos três dias da semana. Na quarta-feira às 8h, a meditação guiada é realizada de forma online e o condutor está aberto para perguntas. Na quinta, a prática é realizada na Sociedade Viana, na 909 Norte, e é chamada de quinta da bondade amorosa.

O encontro reúne 12 temas relacionados ao equilíbrio emocional, como compaixão e amorosidade, e também fala sobre estados de desequilíbrio como culpa, raiva e medo. Aos sábados, a prática acontece a tarde com 30 minutos de yoga seguidos de 45 minutos de meditação.

Rosângela Lins, diretora da Sociedade Viana de Meditação, conheceu a prática da meditação há mais de 14 anos e acreditava que não teria perfil para a atividade. "Minha mente era muito agitada, depois que consegui entrar na meditação e percebi que me fazia muito bem, queria compartilhar isso para outras pessoas", conta a diretora. Além do bem-estar da própria vida, Rosângela decidiu ser instrutora após ver o quanto poderia ajudar na vida dos outros.

Em relação ao grupo, a diretora acredita que é uma das partes principais. "Todo dia, conviver com o grupo de voluntários, com o grupo de diretores, com os participantes que chegam nas práticas da meditação e nos cursos, tudo isso é transformador. É uma pessoa que fala uma palavra, que traz um conhecimento, traz um livro, são como pequenos tijolinhos, vão me formando e consolidando mais ainda a prática em mim", destaca Rosângela.

*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

postado em 21/04/2025 03:42
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