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E nada de barulho externo: nenhum arinho, um avião ao longe, uma água correndo. Tudo muito artificial. Conclusão: já não dá para acreditar na imagem que se vê e no som que se ouve. Tudo pode ser produzido ou retirado.</p> <p class="texto">Sendo assim, precisamos cuidar de manter o improviso, o inusitado, o criativo, o que está fora dos padrões. É isso que torna a arte humana, já que o ser humano está longe da perfeição. Para além da arte, uma vida sem falhas e sem acasos deve ser muito estranha. 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Cidade Nossa 1m5v3e Muito artificial
Cidade Nossa

Cidade Nossa: Muito artificial 16732

Em uma reflexão sobre novas tecnologias, o jornalista Cláudio Ferreira fala sobre a importância de dosar a arte humana com as novas ferramentas de inteligência artificial 5a868

Reconheço que sou uma pessoa resistente às novas tecnologias. Elas precisam se aproximar com cuidado, flertar comigo, demonstrar interesse genuíno e, aí, a gente vê se vai rolar alguma coisa. Foi assim com aplicativo de banco, por exemplo. Minha próxima meta é ter mais intimidade com os serviços de streaming de música.

Muitas vezes, no entanto, as novas tecnologias me intimidam. É o que acontece com a inteligência artificial, IA, para os mais íntimos. Percebo que ela chegou pra ficar, está se espalhando rapidamente em diversas áreas e tem imensas vantagens. Pode, por exemplo, economizar horas de trabalho braçal na consulta a acervos imensos — a busca é rápida e tudo vem resumido, pronto para ser adaptado para os diversos objetivos. Ainda não sou adepto, mas estou querendo aproveitar o que ela tem de melhor.

Por outro lado, a IA também está mostrando suas garras afiadas. Diariamente, vemos notícias de conteúdo falso produzido com facilidade. Imagens são adulteradas, vozes são imitadas e mensagens são inventadas com perfeição. Tudo em nome de propósitos escusos, que atingem pessoas famosas e gente anônima nas redes sociais. É aquela história da dose da substância, que fica na fronteira entre o remédio e o veneno.

Torço para que o equilíbrio chegue rapidamente. Usar a tecnologia para o mal não é novidade, estão aí os golpes pela internet, com sua diversidade espantosa e cruel. O que assusta é a perfeição milimétrica para criar o que vai atrapalhar tanto a vida das pessoas. A dúvida que a gente tem quando está diante de uma proposta que pode ser um golpe — e que nos salva de muitas "roubadas" — pode desaparecer por completo.

Além das falsificações, também me preocupo com outros usos da ferramenta. Já vi que a inteligência artificial não consegue criar se não tiver repertório para isso — mas pode modificar o que já foi criado. Aí é que mora o perigo. Outro dia ouvi no rádio um exemplo: a IA mudou totalmente o estilo de uma canção, tirou um instrumento, colocou outro...Vale a pena? Não seria um desrespeito com o criador original?

Assistindo a um programa de TV no fim de semana, percebi com estranheza uma busca pela perfeição. Uma dupla sertaneja participava de uma gravação ao ar livre, em uma fazenda. O detalhe era o som perfeito, como se a cena fosse feita em estúdio. E nada de barulho externo: nenhum arinho, um avião ao longe, uma água correndo. Tudo muito artificial. Conclusão: já não dá para acreditar na imagem que se vê e no som que se ouve. Tudo pode ser produzido ou retirado.

Sendo assim, precisamos cuidar de manter o improviso, o inusitado, o criativo, o que está fora dos padrões. É isso que torna a arte humana, já que o ser humano está longe da perfeição. Para além da arte, uma vida sem falhas e sem acasos deve ser muito estranha. Espero que não cheguemos a isso — ou que eu não esteja mais aqui para ver.

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