MASCULINISMO

Entenda os termos abordados na série 'Adolescência'


Série mais assistida na Netflix neste mês conta a história de um garoto de 13 anos acusado de matar uma colega de escola

Por Aline Gouveia
Divulgação / Netflix

A série mostra o processo de radicalização de adolescentes e jovens a partir da internet, que pode culminar em violência extrema no mundo real

Divulgação / Netflix

Isolamento social, discursos violentos, mudanças bruscas de comportamento são alguns sinais de alerta que muitas vezes não são percebidos pelos pais ou pela escola

Divulgação / Netflix

A série da Netflix também mostra alguns símbolos e códigos usados por subculturas ou comunidades on-line, onde predominam discursos machistas, misóginos e violentos

Divulgação / Netflix

Especialista

O Correio conversou a especialista Michele Prado, que pesquisa radicalização, extremismos e terrorismo on-line, e listou alguns termos abordados na série e usados em fóruns

Mohammad Rahmani/Unsplash

'Manosfera'

Esse termo é referente ao conjunto de sites, blogs, chans (abreviação de channels — canais) e fóruns on-line que promovem discursos de ódio e a misoginia

Max Duzij/Unsplash

Redpill

Referência ao filme 'Matrix', em que um personagem pode escolher entre tomar a pílula azul ou a vermelha. A primeira manteria a pessoa na ignorância e a segunda faria com que ela despertasse para a 'verdade'

Reprodução/Matrix

Sendo assim, entre os redpills há o incentivo de que os adolescentes, jovens e adultos entendam uma 'verdade' de que as mulheres são opressoras e os homens injustiçados

Reprodução/Freepik

Incels

Abreviação de 'celibatários involuntários'. É uma subcultura on-line formada por homens que se identificam como incapazes de terem relacionamentos românticos ou sexuais com mulheres

Reprodução/Instagram

Blackpill

Os incels rejeitam a redpill e adotam uma 'pílula' própria: a blackpill (pílula preta). A partir daí, eles assumem uma visão niilista do mundo, ou seja, não veem sentido e são propensos à radicalização

Reprodução/Freepik

Corações coloridos

Alguns símbolos da série não são necessariamente da subcultura on-line incel, mas sim emojis comuns na linguagem cibernética entre adolescentes e também adultos

Reprodução/Freepik

Blackpilled

Termo significa a aceitação da crença de que a rejeição é inevitável

Reprodução/Freepik

Men Going their own way (MGTOW)

Homens que rejeitam relacionamentos com mulheres e afirmam buscar 'independência masculina'

Reprodução/Freepik

Pick-up artists (PUA)

Para esse grupo, as mulheres não am de objetos sexuais e são retratadas como presas a serem 'capturadas'

Reprodução/Freepik

Femoid ou ' foid'

Termos usados para objetificar e desumanizar as mulheres

Caio Gomez

Regra 80/20

Termo foi abordado na série 'Adolescência' e significa que 80% das mulheres querem apenas 20% dos homens

Reprodução/Freepik

Staceys

Os incels usam esse termo para se referir às mulheres tidas como atraentes e vistas como iníveis por eles

Reprodução/Freepik

Chads

São os homens atraentes que são escolhidos pelas mulheres. Incels se veem inferiores a eles

Reprodução/Freepik

Rosto quadrado

Em conversa com o policial, Jamie (protagonista da série 'Adolescência') diz que sabia que o investigador era popular na escola e faz referência ao 'rosto quadrado'. Essa expressão simboliza traços masculinos mais desejados

Reprodução/Netflix

Para os incels, o formato do rosto, com mandíbula larga e angulosa, é visto como um marcador biológico de dominância

Reprodução/Freepik

'Direito ao sexo'

Os incels acreditam que os homens têm direito natural ao sexo e acusam o feminismo de privá-los disso

Becca Tapert/Unsplash

Determinismo biológico

Os incels acreditam que enfrentam desvantagens genéticas e se veem como inferiores

Rawpixel.com/Divulgação

A pesquisadora Michele Prado afirma que a prevenção da radicalização on-line de crianças e adolescentes não é um trabalho só de educadores, pais ou do governo. É uma responsabilidade coletiva e multissetorial

Caio Gomez

Incels enfrentam problemas de saúde mental, como a depressão, mas os grupos on-line desencorajam a busca por ajuda profissional

Kelly Sikkema/Unsplash

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