LUTO NA FOTOGRAFIA

Sebastião Salgado: um defensor do meio ambiente e dos direitos humanos


Fotógrafo brasileiro morreu aos 81 anos, nesta sexta-feira (23/5), em Paris. O artista enfrentava problemas de saúde decorrente de malária, adquirida nos anos 1990

Por Nahima Maciel, Raphaela Peixoto
INA FASSBENDER

Estilo inconfundível

Não é preciso ser especialista em fotografia para conhecer e se impressionar com os retratos de Sebastião Salgado, conhecido por seu inconfundível estilo em preto e branco e por capturar a essência humana e natural em seus trabalhos

AFP

Cinco décadas

Há mais de cinco décadas o fotógrafo mineiro radicado em Paris fez do planeta e do homem um objeto de estudo e de adoração fascinantes

AFP

APOSENTOU EM 2024

Vivendo com as sequelas de uma doença sanguínea causada por malária tratada inadequadamente na Indonésia e problemas na coluna causados por uma mina terrestre em Moçambique, Salgado se aposentou em 2024

AFP

Artista destacou a trajetória

Na mais recente entrevista, publicada nesta quinta-feira (22/5) pela Forbes, o artista destacou a trajetória e falou sobre a exposição que está em cartaz na França. 'Quantas vezes na minha vida eu pus a câmera de lado e sentei para chorar? Porque era dramático demais, e eu estava sozinho. Esse é o poder do fotógrafo: poder estar lá', falou

AFP

Primeiro livro em 1986

Um dos primeiros livros publicados por Salgado foi Outras Américas, em 1986. As imagens traziam registros de como viviam os índios e camponeses do continente, mas não eram a estreia do fotógrafo, que foi morar em Paris no fim da década de 1960, em fuga da ditadura

Reprodução/Instagram

Trabalhou no Médico sem Fronteiras

Salgado trabalhou ainda com o Médico sem Fronteiras, durante 15 meses, na região do Sahel, na África. De lá trouxe as imagens do livro Sahel: o homem em agonia, mas foi com o monumental Trabalhadores, publicado no início da década de 1990, que o nome do fotógrafo ganhou o mundo e o coração do público

Drew Forsyth/Science Museum Group

Percorreu 35 países

Durante seis anos, Salgado percorreu 35 países para documentar a trajetória de pessoas deslocadas de seus territórios de origem em consequências de guerras, desastres naturais e crises econômicas e políticas

JOEL SAGET

'Terminando Trabalhadores, comecei a fotografar Êxodos, que é a história imensa dessa grande corrente migratória. Através do Êxodos chegou o Gênesis, um trabalho sempre engatando outro', explicou o fotógrafo, em entrevista ao Correio em 2022

ERIC FEFERBERG

Esperança

Salgado tinha a esperança de que, ao se deparar com as imagens, o mundo se desse conta da necessidade real de preservação. Foram mais de 32 viagens, por terra, mar e água, em busca de povos, da flora e da fauna originais nos locais mais remotos da Terra

INA FASSBENDER

Papua Nova Guiné

Os korowaide da Papua Nova Guiné, os nômades do Sudão, as geleiras ainda de pé nos extremos do planeta, as comunidades florestais de Sumatra, pela lente do fotógrafo aram cenas e paisagens nunca antes registradas em fotografias

DANIEL ROLAND

Amazônia

Das quase 200 etnias remanescentes na Amazônia, Salgado esteve com 12 para realizar o projeto Amazônia, cujas primeiras imagens foram feitas em 1998

YASUYOSHI CHIBA

Em entrevista ao Correio concedida em junho de 2022, Salgado contou como a origem desse projeto estava presente em sua mente há muito tempo. 'Tive a oportunidade imensa, quando fui fazer Gênesis, de conhecer uma grande parte do lado prístino do nosso planeta e isso me levou à Amazônia', disse o fotógrafo

FRANCOIS GUILLOT

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