Medidas fiscais

"Não temos nenhum problema em corrigir a rota", diz Haddad após recuo no IOF

Ministro da Fazenda afirmou ainda nesta sexta-feira (23/5) que decidiu explicar correções antes da abertura do mercado para "evitar boataria"

Por meio de novo decreto publicado na noite de ontem (22/5), o governo retirou a cobrança de 3,5% de IOF para transferências relativas a aplicações de fundos no exterior, que até ontem era tinha tributação zerada -  (crédito: Diogo Zacarias/MF)
Por meio de novo decreto publicado na noite de ontem (22/5), o governo retirou a cobrança de 3,5% de IOF para transferências relativas a aplicações de fundos no exterior, que até ontem era tinha tributação zerada - (crédito: Diogo Zacarias/MF)

Após sinalizar um recuo em determinados pontos do decreto que prevê uma equalização no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que não vê problema em “corrigir rota”, mesmo tendo revisado um decreto que publicou horas antes. O chefe da pasta ainda sustentou que o governo está empenhado em cumprir a meta fiscal.

“Não temos nenhum problema de corrigir rota, desde que o rumo traçado pelo governo seja mantido, de reforçar o arcabouço fiscal. Vamos ficar abertos ao diálogo sem nenhum tipo de problema e contamos com a colaboração dos nossos parceiros tradicionais”, disse Haddad, na manhã desta sexta-feira (23/5), em entrevista na sede da Fazenda em São Paulo. 

Por meio de novo decreto publicado na noite anterior, o governo retirou a cobrança de 3,5% de IOF para transferências relativas a aplicações de fundos no exterior, que até ontem era tinha tributação zerada. Também houve alteração na alíquota para remessas de recursos ao exterior por parte de pessoas físicas — que teriam o imposto elevado para 3,5% —, mas ela foi mantida em 1,1%, como já era aplicada. 

O ministro destacou que conversou na noite de quinta-feira (22) com o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, e o da Receita, Robinson Barreirinhas, com quem definiu as mudanças no decreto. Segundo ele, houve sugestões de agentes do mercado financeiro para que alterasse esses pontos, em específico. “Mais para o fim da noite, nós entendemos que a revisão era justa e correta”, acrescentou.

Fake news

Haddad revelou também que decidiu rever as medidas antes da abertura do mercado para “evitar algum tipo de boataria ou de especulação” e que não considerou que houve exagero na reação do mercado ao anúncio do dia anterior, em comparação ao anúncio das medidas fiscais em novembro de 2024, quando considerou que foram publicadas uma série de notícias falsas sobre a reforma do Imposto de Renda.

“Ali havia desinformação e, nesse caso, não. Ao contrário, houve uma reação, informando corretamente as explicações que ensejou a revisão. Se não tivesse a questão técnica, a gente não haveria revisto. Havia uma questão técnica a se discutir”, completou o ministro. 

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postado em 23/05/2025 12:00 / atualizado em 23/05/2025 12:06
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