COP30

Economia dos EUA continua compromisso com Acordo de Paris; entenda

Presidente da COP avalia que saída do governo norte-americano do tratado do clima enfraquece o multilateralismo e a cooperação internacional, mas considera importância da atuação do setor privado na continuidade dos esforços para a descarbonização

Em seu primeiro mandato, em 2017, o presidente Donald Trump também anunciou que o país deixaria o tratado. -  (crédito: Rafaela Gonçalves/ CB)
Em seu primeiro mandato, em 2017, o presidente Donald Trump também anunciou que o país deixaria o tratado. - (crédito: Rafaela Gonçalves/ CB)

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30 — 30ª conferência do clima das Nações Unidas — afirmou, nesta segunda-feira (10/3), que a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris enfraquece o multilateralismo e a cooperação internacional. Entretanto, o diplomata avalia que o setor privado deve desempenhar um papel fundamental na continuidade dos esforços para a descarbonização do país. 

“Não há a menor dúvida que a saída dos EUA enfraquece o multilateralismo”, destacou em entrevista coletiva, ao comentar o lançamento da carta inaugural expondo as metas do país à frente da conferência. 

“Mas uma coisa é o governo dos EUA, que já manifestou que está saindo, outra coisa é a economia americana e os entes subnacionais, que ainda têm expressado compromisso com o Acordo de Paris. Inclusive, muitas das empresas por serem multinacionais e estarem atuando em países que estão comprometidos com as metas de descarbonização”, complementou.

A expectativa do Brasil à frente da conferência, que acontece entre os dias 10 e 21 de novembro em Belém, no Pará, é de que o evento inaugure uma fase das COPs, capaz de traduzir negociações técnicas. Entre os pontos destacados neste primeiro texto está a necessidade de acelerar a implementação do Acordo de Paris, tratado internacional sobre mudanças climáticas, adotado em 2015. 

A saída dos EUA deve ser efetivada somente em 2026. A secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e diretora-executiva (CEO) da COP30, Ana Toni, lembrou os efeitos negativos da saída do governo norte-americano, mas ponderou que não é a primeira vez que isso acontece. 

Em seu primeiro mandato, em 2017, o presidente Donald Trump também anunciou que o país deixaria o tratado. “Não é a primeira vez que os EUA sai do Acordo de Paris, infelizmente, e vimos nesse momento o movimento de continuidade dos entes subnacionais. Esperamos que eles participem ativamente desse processo, não só da COP30”, disse. 

Toni ressaltou ainda que no final de seu governo, o ex-presidente Joe Biden anunciou uma nova NDC (sigla para Contribuição Nacionalmente Determinada). “Obviamente a gente imagina que vai ser retirada, mas isso ajuda a guiar ações de governos subnacionais e empresas”, afirmou.

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Rafaela Gonçalves
postado em 10/03/2025 12:57
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